domingo, 26 de julho de 2009

Catatau: 1997 - 2009


Em uma universidade marcada por tantas infelicidades chega mais uma notícia triste, dessas que nos deixam diminuído em nossa dignidade humana: Catatau foi encontrado morto num dos córregos que cortam a UFSC. Aquelas mesmas mãos que o acariciavam ali no campus conduziram seu corpo para deixá-lo repousado ali no jardim em frente ao CCE, onde ele sempre era visto e querido por todos nós.

O zumzumzum dessa notícia correu depressa entre aqueles que o amavam e, não foram poucos os que procuraram esse cantinho em sinal de respeito e carinho por um ser que tantas alegrias trouxe para os que circulavam por ali. Carinho e indignação se misturavam nas palavras e sentimentos de quem soube do que se passou, mesmo porque as causas e suspeitas de sua morte ainda deixam todos atônitos pela frieza e estupidez com que podem ter acontecido. E, aos poucos, vamos sabendo do que pode ter acontecido...

Numa universidade e entre tantas pessoas frias e estranhas ao amor e responsabilidade é singelo descobrir, na figura de um cachorro, algo que nos relembre o que vai além de nossa capacidade de zelar pelo bem público, de defender o direito dos simples e oprimidos, de estar presente no dia-a-dia e na luta por dias melhores no campus.

Nunca mais veremos aqueles jardins, salas, auditórios e corredores com o Catatau liderando as manifestações. E, setembro chegará brotando flores onde ele agora tira sua soneca eterna, velando nossa estupidez humana.
Valeu, Catatau! Sua bandeira pirata tremulará ainda muitas vezes, inspirando a participação e o engajamento contra tantas cachorradas vividas nessa universidade...

Um comentário:

Kreiven disse...

Belo texto. Para sempre Catatau! Descanse em paz...